quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Nem ameaça de sessão "corujão" na madrugada e sessão "louro josé" na manhã de sexta-feira garantiu quorum na Câmara de São Paulo

Mais uma semana encerrada sem quorum na Câmara Municipal de São Paulo, apesar dos apelos do presidente, vereador Milton Leite (DEM), que lembrou que o calendário do final de ano é curto para uma pauta extensa e "ameaçou" os colegas com sessões convocadas para 0h05 da madrugada e para as 10h da manhã de sexta-feira.

Quando ficou claro que a maioria dos vereadores não registraria presença, foram desconvocadas tanto a sessão "corujão" (como são apelidadas as convocações na madrugada) quanto a sessão "louro josé" (uma brincadeira com o assistente do programa matinal de Ana Maria Braga). Não adiantou nem apelar para o estômago, com a oferta de lanche de metro. "É por minha conta", garantiu o presidente.

O líder da oposição, vereador Antonio Donato (PT), ironizou que sentia uma "pequena ausência" na bancada governista. "Faltam pelo menos 30 vereadores", completou. O desentendimento sobretudo nos projetos de privatização do Complexo do Anhembi e do Autódromo de Interlagos, considerados "muito ruins" pela própria base de sustentação do prefeito João Doria (PSDB), segue travando a pauta.

Apesar de não haver sessão, o procedimento de tratoragem de projetos, que são pautados sem que tenham tramitado pelas comissões internas - nem mesmo pela Comissão de Constituição e Justiça, como sempre foi praxe antes de seguir para o chamado "congresso de comissões" -, provocaram novos protestos do presidente da CCJ, vereador Mario Covas Neto (PSDB). É realmente uma situação esdrúxula.

A intenção da presidência é aprovar em primeira votação, na próxima quinta-feira, dia 30 de novembro, o Orçamento de 2018. Aí serão mais quinze dias para apresentação de emendas (o acordo é de R$ 3 milhões por vereador) e também para a eleição da Mesa Diretora para o próximo ano. Vamos ficar de olho.