quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Indicados vereadores para duas CPIs; a terceira, da chamada "Máfia do Asfalto", foi derrubada pela falta da indicação dos vereadores

No início da legislatura, os vereadores aprovaram três CPIs. O regimento interno determina que pelo menos duas Comissões Parlamentares de Inquérito são de instalação obrigatória. Porém, com a não indicação de membros para uma delas, na prática esta terceira CPI (da chamada "Máfia do Asfalto") foi simplesmente derrubada. Não vai mais acontecer.

Da CPI dos Grandes Devedores farão parte os vereadores Eduardo Tuma (PSDB), Rodrigo Goulart (PSD), Camilo Cristófaro (PSB), André Santos (PRB), David Soares (DEM), Toninho Paiva (PR) e Senilval Moura (PT).

A outra CPI que deve ser instalada é a dos Migrantes, proposta pelo vereador Eduardo Suplicy (PT).

Sobre esse tema, o líder do PT, vereador Antonio Donato, mostrou-se extremamente irritado com três notas publicadas na coluna Painel, da Folha de S. Paulo:
Passos curtos - Vereadores de SP correm para instalar uma CPI para apurar prejuízos com recapeamento na cidade. O prazo vence na quarta (15), mas PT, PRB e DEM não indicaram membros, embora já o tenham feito para outras duas comissões. 
Precedentes - Nos bastidores, vereadores desconfiam de tentativa de extorsão dos investigados. O presidente da CPI, Eduardo Tuma (PSDB), diz que ela ‘muito provavelmente será instalada’ e que a suspeita é ‘grave e além do meu conhecimento’. 
Focado - Outra das comissões que serão instaladas será voltada ao estudo da migração em São Paulo. Vem sendo tratada nos corredores da Câmara como ‘terapia ocupacional’ para Eduardo Suplicy (PT), que a presidirá.
"Três notas absolutamente desrespeitosas, plantadas por um vereador", acusa Donato. "Aprendi com o nosso antigo presidente José Américo que jornalista brasileiro não respeita off, não preserva a fonte e, portanto, sabemos quem foi o vereador."

O "anão moral"

O vice-presidente da Câmara, vereador Eduardo Tuma (PSDB), também foi bastante duro na crítica ao colega que supostamente "plantou" a nota no jornal: "O que me parece é que realmente de acordo com a própria nota há algum tipo de fornecimento de informação, primeiro, equivocada; segundo, mentirosa; e um terceiro ponto, querendo ofender alguns vereadores."

E Tuma foi além: "Essa pessoa, esse sujeito que assim o faz, não posso interpretar de outra forma. Não tem estatura política. É um verdadeiro anão moral. Vou repetir, um verdadeiro anão moral. Não pode agir dessa forma usando desse recurso para tentar atingir vereadores da Casa, com uma informação absolutamente mentirosa. Então, suscitar suspeita sobre este ou aquele e desta forma maldosa me parece que não há qualquer tipo de fundamento e me parece uma agressão de um verdadeiro anão moral."

Na Folha de S. Paulo desta quarta-feira, mais duas notas sobre o assunto, para botar mais lenha na fogueira:
Não vingou - A CPI do Asfalto na Câmara paulistana acabou mesmo enterrada. “A Máfia do Asfalto apontada pela comissão ficou preservada e livre para operar”, afirma José Police Neto (PSD). 
Ordem do dia - Líder do PT, Antonio Donato diz que não fez a indicação porque havia acordo para que funcionassem apenas duas CPIs: a da migração e a da dívida.