quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Com ameaças de cassação de lado a lado, segue embate entre Juliana Cardoso e Fernando Holiday

Mais um dia de discursos acirrados, troca de acusações e as galerias divididas entre a claque petista e os apoiadores do MBL. Prossegue o embate entre os vereadores Juliana Cardoso (PT) e Fernando Holiday (DEM). Novamente os dois se manifestaram na tribuna. Ambos se ameaçaram com pedidos de cassação do mandato.

Veja como foram os pronunciamentos dos dois envolvidos e de outros parlamentares que se manifestaram sobre o assunto (tirado das notas taquigráficas da Câmara):

EDUARDO MATARAZZO SUPLICY (PT) – Sr. Presidente, permita-me fazer um apelo. Como Vereador do Partido dos Trabalhadores – inclusive, em nome de nosso Líder, nobre Vereador Antonio Donato – queria solicitar a vocês que... queria solicitar a vocês que possamos ter a sessão normal e que...

- Manifestação na galeria.

Espera um pouco, olha, por favor, permita fazer um apelo aqui em nome do respeito democrático. Se há representantes de outros partidos que estão presentes para aplaudir outro Vereador ou outra Vereadora, para vocês que são do Partido dos Trabalhadores ou simpatizantes da Vereadora Juliana Cardoso, é preciso compreender que todos têm o direito democraticamente de aqui assistir, de vez em quando aplaudir, de não xingar, ofendendo quem quer que seja.

Inclusive, quero transmitir a vocês, nesses dias tenho feito um apelo para que o próprio Vereador Fernando Holiday, que teve uma desavença muito forte com a Vereadora Juliana Cardoso, que ele próprio e todos nós, os 55 Vereadores, venhamos a ter uma atitude de respeito com cada um de nós. Não importa qual o partido.

E quero, inclusive, transmitir ao Vereador Fernando Holiday da importância de S.Exa. estar respeitando o Partido dos Trabalhadores.

- Manifestação na galeria.

PRESIDENTE DA SESSÃO (Eduardo Tuma - PSDB) – Só para deixar claro, Senador Suplicy, que estou permitindo e não sei se há aquiescência do Líder Donato, que V.Exa. fale pelo tempo da Liderança do PT, apesar de regimentalmente não poder no Pequeno Expediente, mas está se estendendo na fala.

E a posteriori, pelo Democratas, também darei a palavra ao Vereador Fernando Holiday.

FERNANDO HOLIDAY (DEM) – (Pela ordem) – Sr. Presidente, V.Exa. não pode rasgar o Regimento por conta de meia dúzia de militantes deste ou daquele partido.

PRESIDENTE DA SESSÃO (Eduardo Tuma - PSDB) – Vou me permitir fazer o seguinte, Senador Suplicy, acho que já foi dado o recado.

EDUARDO MATARAZZO SUPLICY (PT) – Vou concluir então, porque se não houver um comportamento de respeito civilizado, daí o Presidente da sessão vai poder até dizer: não podem ficar aqui.

Então, temos de ter esse respeito para com cada Vereador e também pedir a qualquer Vereador que tenha o respeito devido para com o Partido dos Trabalhadores.

FERNANDO HOLIDAY (DEM) – Eu não respeito, Vereador, e não respeitarei.

 - Tumulto na galeria.

(...)

EDUARDO MATARAZZO SUPLICY (PT) – Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero saudar, mais uma vez, esses militantes que acompanham toda a carreira e a dedicação da Vereadora Juliana Cardoso. Eu quero aqui renovar ao Vereador Fernando Holiday que nós precisamos ter respeito para com V.Exa. e B.Exa. respeito para com cada um de nós, inclusive a querida Vereadora Juliana Cardoso.

- Manifestações na galeria.

Eu quero assegurar a V.Exa. que na medida em que pudermos fazer com que ambos estejam se respeitando, isso vai se estender ao longo desses anos. Nós vamos ter aqui quatro anos de mandatos de ambos, e será importante que o diálogo respeitoso e democrático seja aquilo que vai caracterizar as nossas relações.

Gostaria de falar algo importante, pois estudo do Banco Mundial mostrou que houve um aumento da pobreza no Brasil e que poderá aumentar entre 2,5 milhões até 3,6 milhões até o final deste ano. Gostaria de ressaltar que esse estudo do Banco Mundial mostra uma queda formidável do nível de pessoas em condição de pobreza no Brasil. Em 2004, 22,4% da população brasileira estava em condição de pobreza, segundo esse estudo. Em 2005, baixou para 21%; em 2006, 17,3%; 16,1% em 2007; 14,1% em 2008; 13,3% em 2009; 11,1% em 2011; 9% em 2012; 8,9% em 2013; em 2014, 7,4%, sempre diminuindo o grau de pobreza. Um estudo publicado pela Fundação Getúlio Vargas ontem mostrou que durante esse período de administração do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores, pelos Governos Lula e Dilma Rousseff, foi considerado o da economia brasileira com melhor desempenho e sobretudo com respeito à diminuição da pobreza absoluta.

- Manifestações na galeria.

Precisamos estar atentos, porque de 2014 para 2015 aumentou-se um pouco, para 8,7%; 9,7% em 2016 e poderá aumentar para 9,8% em 2017. Então, é importante que nós todos aqui venhamos a debater como é que vamos enfrentar efetivamente esse problema tão sério, de haver ainda tamanha desigualdade na sociedade brasileira.

Eu quero transmitir e reiterar ao Vereador Fernando Holiday, em vista do que foi escrito no seu programa MBL, que nós, do Partido dos Trabalhadores, queremos avançar rumo a um Brasil justo, democrático, onde efetivamente haja maior igualdade de direitos e dignidade real para todos os brasileiros e brasileiras.

- Manifestações na galeria.

Queremos fazer isso de maneira democrática. Portanto eu gostaria que todos nós, inclusive vocês que vieram e lotaram a galeria do plenário da Câmara Municipal, assegurássemos que vamos ter um debate no melhor nível possível e democraticamente respeitado por todos nós; inclusive que respeitemos aqueles que estão na galeria da Câmara Municipal, que vieram para aplaudir o Vereador Fernando Holiday. Vamos todos respeitar uns aos outros, porque assim poderemos aprofundar o diálogo sobre como vamos resolver esse problema do aumento da pobreza.

Gostaria de estar debatendo, por exemplo, um dos principais instrumentos de política econômica que já é lei no Brasil, mas que falta ser implementado: a Renda Básica de Cidadania, o direito de toda e qualquer pessoa, não importa sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou mesmo socioeconômica, de participar da riqueza comum da nossa nação através de uma renda que, com o progresso do País, será suficiente para atender às necessidades vitais de cada pessoa, inclusive daquela mulher que, não tendo alternativa para dar de comer em casa, resolve vender seu corpo, ou para aquele jovem que, pela mesma razão, não podendo ajudar no orçamento de casa, resolve se transformar num “aviãozinho” de quadrilha de narcotraficantes, assim como o personagem de O Homem na Estrada, dos Racionais MC’s, do Mano Brown.

- Manifestações na galeria.

No dia em que houver a Renda Básica de Cidadania para si e cada membro de sua família, essas pessoas vão ganhar o direito de dizer: “Não, agora eu não preciso aceitar essa única alternativa que me surge pela frente, mas que vai ferir minha dignidade, vai colocar minha saúde e vida em risco. Agora eu posso aguardar um tempo, quem sabe fazer um curso aqui na minha cidade, até que surja uma oportunidade mais de acordo com a minha vocação, a minha vontade”.

É nesse sentido, pois, que a Renda Básica de Cidadania elevará o grau de dignidade e liberdade de todos os brasileiros e brasileiras.

Um abraço. Parabéns por terem vindo aqui.

Obrigado, Sr. Presidente.

- Manifestações na galeria.

FERNANDO HOLIDAY (DEM) - Boa tarde, Sr. Presidente, membros da Mesa, Sras. e Srs. Vereadores, pessoas que se encontram na galeria. Antes de tudo, gostaria de agradecer a presença de algumas pessoas que vieram deliberadamente me apoiar, apesar de não ter havido convocação. Muito obrigado.

- Manifestações na galeria.

Gostaria de perguntar, inclusive ao nobre Vereador Suplicy, como é possível exigir respeito se a Vereadora que me acusa das mais diversas calúnias e difamações quebrou o decoro parlamentar ao tentar me agredir no meio do plenário desta Casa, enquanto acontecia uma sessão extraordinária na última sexta-feira; também na rua, em seus caminhões de som e com sua militância paga, diz para todos os cantos que assessores meus invadiram seu gabinete, a agrediram e a ameaçaram. É mentira.

- Manifestações na galeria.

Disse, também, que outros assessores meus, no ano anterior, antes desta legislatura, invadiram outros gabinetes. É mentira.

Ela disse que sofreu ameaças de pessoas ligadas à minha pessoa, ao meu mandato e ao Movimento Brasil Livre. Também é mentira.

Essa Vereadora pertence ao mesmo partido que durante 13 anos comandou o Governo Federal desta Nação, e comandou também o maior esquema de corrupção da história da nossa República.

- Manifestações na galeria.

Pertence ao mesmo partido que tem em sua liderança simbólica o maior chefe de quadrilha que esta República já conheceu.

- Manifestações na galeria.

Essa Vereadora também pertence a um partido que pensou que era dono das nossas instituições.

Essa mesma Vereadora pertence a um partido que financiou, durante muito tempo, a sua militância com base em cargos nas nossas empresas públicas e com base também na doutrinação das nossas instituições.

Mas o seu tempo acabou, e agora tentam me intimidar. Podem trazer; tragam 50, tragam 100, tragam 200 militantes. Eu já enfrentei vocês quando estavam no Governo. Eu enfrentei vocês quando ainda tinham poder. Não é agora que eu os temerei. Não é agora que irei me ajoelhar diante dos seus gritos, enquanto esbravejam e jogam imundícies neste plenário! Não, senhoras e senhores.

- Manifestações na galeria.

Não esperem também que eu entre nessa guerra suja. As decisões que eu já tomei, inclusive de pedir a cassação dessa mesma Vereadora, na Presidência desta Câmara, assim permanecerão.

- Manifestações nas galerias.

Irei até o último instante para que cada um dos envolvidos seja punido. Não descansarei até que ela perca o mandato. Não descansarei até que seus assessores agressores percam seus empregos e sejam devidamente condenados. Mas não esperem de mim entrar nesta guerra suja. Não esperem de mim baixar o nível deste debate. No que depender de mim, a Justiça, e somente ela, resolverá esse problema. E da Justiça, ah, da Justiça eu sei que vocês têm medo.

Muito obrigado.

- Manifestações na galeria.

(...)

ANTONIO DONATO (PT) - Quero fazer um debate bastante tranquilo no sentido de discutir...

- Manifestações na galeria.

Não, agora, elas têm que ficar. Por favor, fiquem! Por favor, fiquem! (dirige-se aos apoiadores de Fernando Holiday que deixam as galerias)

- Manifestações na galeria.

Infelizmente alguns vêm para escutar só o que lhes interessa.

Mas gostaria de, com a maior tranquilidade, tentar restabelecer o diálogo, necessário nesta Casa para termos uma convivência democrática, convivência democrática que vem sendo ameaçada pelas atitudes do nobre Vereador Fernando Holiday.

Aqui nesta Casa S.Exa. é uma pessoa muito afável, conversa com todo mundo, senta nas rodinhas, toma café; mas quando está em outros espaços S.Exa. se transforma, vira um caluniador, vira alguém que ataca de maneira permanente. S.Exa. tem uma obsessão pelo Partido dos Trabalhadores, acusa todos. O Partido dos Trabalhadores tem 1,5 milhão de filiados e V.Exa., quando generaliza, está atacando cada um desses filiados. Por isso a indignação de cada um dos filiados e da nobre Vereadora Juliana Cardoso, por esse tipo de atitude.

Faça um debate democrático para o qual V.Exa. foi eleito. Respeito os 48 mil eleitores que V.Exa. teve, mas não posso respeitar o comportamento que V.Exa. vem tendo. V.Exa. está pedindo a cassação da Vereadora Juliana Cardoso e nós estamos pedindo a cassação de V.Exa. por esse comportamento, que fere o decoro parlamentar, que ataca de maneira covarde, que não mantém a mínima civilidade e urbanidade no debate.

- Manifestações na galeria.

Basta ler a página de V.Exa. no Facebook. Aqui V.Exa. é um, todo comportado, e na página do Facebook V.Exa. é outro. Mas é sua página oficial, é a página em que V.Exa. estimula a misoginia, o ódio, tudo o que precisamos desarmar neste país. Estamos dividindo cada vez mais este país e isso vai gerar uma fratura muito grande, difícil de recompor. Temos de ter responsabilidade, todos que somos eleitos.

Então queria dizer que lamentamos esse comportamento e que reagiremos à altura, porque também não temos medo de V.Exa. Nem um pouco, nem um pouco! Já combatemos a ditadura militar e não será meia dúzia de moleques que nos fará ter medo.

- Manifestações na galeria.

Por último, Sr. Presidente - pena que os paneleiros que estavam aqui esqueceram suas panelas há meses -, sei do desespero dos senhores e das senhoras. Hoje saiu uma pesquisa eleitoral do CNT. É evidente que pesquisa é pesquisa, sabemos que isso pode mudar, mas o desespero de vir com o bonequinho do Lula fantasiado de presidiário é por causa disso.

Apesar de o Jornal Nacional ter dado 15 horas, no ano passado, de menções negativas ao Presidente Lula, quando qualquer um aqui não resistiria 15 minutos, ele está em primeiro nas pesquisas com mais de 30%. O candidato de V.Exa. – imagino que seja seu futuro candidato -, Bolsonaro, está com 11%.

- Manifestações na galeria.

Então é esse o medo, é por isso o ataque. Os senhores têm medo da volta de um Governo que, com todas as dificuldades e erros que cometemos, sim, promoveu a maior revolução social no País, diminuindo a desigualdade, como demonstrou o nobre Vereador Eduardo Matarazzo Suplicy. Os senhores têm medo e são porta-vozes da FIESP, dos grandes empresários, daqueles que têm medo do povo organizado. Por isso a violência de V.Exa. Por isso a violência daqueles que financiam o MBL e grupos como os de V.Exa.

Estou aqui para dizer que faremos um debate democrático, de alto nível, mas não abriremos mão de defender nossas ideias e de exigir respeito a cada momento. Respeite para ser respeitado! Essa é a mensagem do PT para V.Exa.!

- Manifestações na galeria.


TONINHO VESPOLI (PSOL) - Boa tarde a todas e a todos que nos assistem neste momento.

Eu ia falar sobre um assunto, mas o debate está muito acalorado. Todos sabem do enfrentamento que fiz, na legislatura passada, com algumas políticas do Governo Haddad com que eu não concordava, mas o debate nesta Casa sempre foi democrático. Aqui sempre tratamos as pessoas e os Srs. Vereadores...

Aqui sempre tratamos as pessoas, os Vereadores, com respeito. Eu fiquei indignado, por exemplo, quando fui fazer um debate com V.Exa. na TV Câmara São Paulo. Apesar das nossas divergências, o trato entre a gente é sempre discutir ideias e não ficar acusando as pessoas.

- Manifestação na galeria.

 E V.Exa. fez o mesmo com o Vereador Reis em debate também na TV Câmara, chamando o Vereador de mentiroso. Pra mim, isso é quebra de decoro parlamentar. V.Exa. não trata as pessoas chamando de mentirosas. Você tem que demonstrar com provas que ela está sendo mentirosa. E falando isso em público, em uma rede de televisão onde um monte de gente está escutando? Esse não é um debate qualificado.

Eu vim também de movimento social, do movimento popular, só que aqui na Instituição o trato tem que ser de modo diferenciado. Eu não estou mais no movimento popular – estou lá no meu dia a dia -, então não trago, não ajo do mesmo jeito como se estivesse na rua.

Ontem, a gente estava discutindo a questão do picho. Eu li na página do MBL que vocês têm o “kit picho”, tem lá uma latinha... Então vocês no MBL incentivam pichar MBL em vários lugares, e aqui vota contra o picho!

- Manifestação na galeria.

São tantas contradições. Mais que isso, aqui tenho divergências, por exemplo - e vou falar de um Vereador que gosto muito, gosto pessoalmente – com o Vereador Mario covas Neto, e com ele divergi em vários momentos, mas trato ele como um verdadeiro parceiro porque vejo uma pessoa integra, que tem suas ideias e luta por elas, mas sem passar por cima de outra pessoa, sem precisar ofender, simplesmente luta pelas ideias.

Vereador, a impressão que dá é essa: vai à tribuna ofender o PT, vai lá, fica ali, filma daquele ângulo, vai lá e faz assim. Tudo isso é merchandising pra V.Exa. publicar na página do MBL! Quer dizer, tudo isso é pensado, são figuras, são factoides pra mostrar pra um setor da sociedade que é isso: eu sou o “cara” que enfrenta, eu sou o machão, eu sou o “cara” que fala.

Desse tipo de política, eu sempre falava para o Vereador Telhada, nesta Casa, e nós sempre divergimos bastante. Eu falava: Telhada, cada vez que uma pessoa é morta na rua por linchamento, nós, Vereadores, também temos culpa porque se eu estou incentivando o ódio na sociedade, na hora em que alguém está agredindo outra pessoa, eu sou responsável por isso!

- Manifestação na galeria.

A gente tem que perceber que qualquer atitude de Vereador tem consequência na sociedade. Não é possível a pessoa andar pela rua com uma camisa vermelha e ser agredida porque, nós, vermelhos, não agredimos quem está com camisa azul! Respeitamos as pessoas que estão com camisa azul. É o mesmo respeito que queremos ter para ser socialista, para ser comunista e andar pela cidade livremente. Estamos num país democrático e não é possível que Vereadores venham aqui e incentivem lá fora o ódio na sociedade. Acho que é só essa a divergência.

As vossas posições são legítimas, é legítimo que V.Exa. exponha as vossas posições, mas acho que temos que ter outro trato na relação nesta Instituição. Se continuar desse jeito, fico pensando no que foi feito, independente de quem agrediu ou não, mas qualquer um que chegar no meu gabinete filmando, filmar, a gente está querendo dizer que acabou qualquer processo democrático nesta Câmara. Isso a gente não pode admitir, de jeito nenhum, de jeito nenhum! Se não, vai ser a barbárie, vai ser um filmando o outro, um vigiando o outro, daqui a pouco eu vou achar que o meu gabinete está tendo escuta telefônica. O que está acontecendo nesta Casa nunca aconteceu, pelo menos nos quatro anos passados.

Então, quero me solidarizar com a Vereadora Juliana e com toda a Bancada do PT.

Muito obrigado!

FERNANDO HOLIDAY (DEM) – Sr. Presidente, ouvi atentamente às falas do Líder do PT, sempre Presidente Antonio Donato, e também do Líder PSOL, nobre Vereador Toninho Vespoli, mas os discursos de ambos não correspondem com a realidade. Dizem que sou agressivo, ao mesmo tempo em que dizem que cumprimento todos nos bastidores. É verdade, cumprimento todos os Srs. Vereadores, desde o PSOL até o Democratas, porque aprendi em casa a ter educação com todos. Converso com todos os Vereadores, sim, e convivo com eles, sim, afinal de contas é esse o objetivo do Poder Legislativo: por meio do diálogo, construir propostas ideais para essa sociedade.

Mas do modo como dizem, até parece que, na última sexta-feira, fui eu a me prestar a um show de desequilíbrio no plenário desta Câmara Municipal. Fui atacado. A nobre Vereadora, a que os senhores se referem, veio para cima de mim e teve que ser segurada por vários outros. A mesma Vereadora, na frente desta mesma Câmara, hoje, disse que os meus assessores agrediram, ameaçaram e, inclusive, invadiram outros gabinetes, mas é mentira.

O que digo na tribuna e o que é publicado nos vídeos na internet, na página do Movimento Brasil Livre e na minha própria página, é aquilo que acredito. Não significa que, por acreditar que o partido de V.Exas. deva ser extinto pelos escândalos de corrupção; por considerar que o maior líder, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, deva estar na cadeia e não dirigindo um partido; que, por conta disso, eu os tratarei mal como seres humanos. Muito pelo contrário, esperem sempre deste Vereador a educação que têm visto desde então, e assim continuará pelos próximos quatro anos. O retorno dependerá de V.Exas.

Mas, nas tribunas, todas as vezes que for convocado a expor a minha opinião, aí sim, eu exporei como sempre expus durante a minha militância no Movimento Brasil Livre, sem pensar duas vezes no que acredito, sem omitir qualquer ideal daqueles por quem tenho lutado até então.

Portanto, senhoras e senhores, reafirmo: o Partido dos Trabalhadores, na minha opinião, deve ser extinto, pelos seus escândalos de corrupção, pelas negociatas que fez enquanto esteve no Governo Federal; e deveria, até mesmo ser repudiado pelas nossas instituições, pela sua ideologia de tendência totalitária, assim como o PSOL. Mas, jamais, em hipótese alguma, esperem deste Vereador agredi-los fisicamente; jamais, de forma alguma, esperem deste Vereador a incitação ao ódio, ou a incitação à violência, como tenho visto nos últimos dias; e esperem deste Vereador sempre, nos bastidores, a cordialidade que os senhores têm assistido.

Sei que incomoda, porque finalmente aquela oposição que antes era silenciada, apesar de ser a maioria, agora ganha voz. E esta voz não será calada em hipótese alguma. E, no que depender de mim, nesta Câmara Municipal, desde o dia 1º de janeiro até, pelo menos, o dia 31 de dezembro de 2020, o Partido dos Trabalhadores e o PSOL terão um opositor à altura, que os enfrentará, não importa o tamanho da sua militância, não importam as suas causas, nem mesmo as armas que tentarem utilizar contra este Vereador.

Obrigado.

- Manifestação na galeria.

SOUZA SANTOS (PRB) – (Pela ordem) - Sr. Presidente, caros Colegas, aqueles que nos acompanham através da TV Câmara São Paulo, das redes sociais, das galerias.

Sr. Presidente, eu queria trocar de assunto, na verdade.

- Manifestação na galeria.

Veja bem, o que eu aprendi, estando no Parlamento desde 2002? Ocorre que, em todos os grandes debates, “Presidente” Donato, Vereador Holiday, Srs. Vereadores, é no campo das ideias que devemos fazer a disputa. Toda discussão que vai para o campo pessoal não é saudável, é ruim. Mas não quero entrar nesse assunto, quero falar da cidade de São Paulo, onde nós convivemos, onde cada um de vocês convive, e saibam que nós temos o maior respeito por cada um de vocês.

Na legislatura passada, nos quatro anos do Prefeito Haddad, nós, do PRB, apoiamos integralmente o Sr. Prefeito. Votamos bons projetos do Sr. Prefeito. A Bancada do PT que está aqui, o Senador Suplicy, têm o nosso carinho, o nosso respeito. Nós apoiamos todos os bons projetos do PT, apoiamos todos os bons projetos do Prefeito Fernando Haddad.

As urnas são assim: vence quem tem mais voto; e quis a vontade popular que o Prefeito João Doria ganhasse as eleições. Nós também disputamos a eleição majoritária, com o Celso Russomano, como vocês sabem. Perdemos a eleição. Porém, agora, é chegado o momento de mudarmos a história da cidade de São Paulo. E devemos torcer pela cidade de São Paulo. Vocês moram aqui, vocês querem o melhor para a cidade de São Paulo. Querem ou não querem? Todos querem uma cidade na qual os nossos filhos, as gerações vindouras possam viver bem. Então esse é o debate.

Grandes projetos passarão na Comissão de Justiça, Líder do Governo, nobre Vereador Nomura, grandes projetos passarão certamente na comissão de mérito, que é a de Política Urbana. Isso é que vamos discutir, essa é a nossa discussão. Na minha modesta opinião, o que deve pautar, salvo, claro, as questões colocadas aqui, é a mudança da cidade de São Paulo. É a cidade onde nós vivemos, onde nós convivemos, é sobre o que vamos deixar para as gerações futuras. E esta Casa tem um compromisso muito grande com a cidade de São Paulo. É o maior parlamento da América Latina, onde tudo que é falado repercute no mundo inteiro, porque todas as câmaras deste país vêm buscar projetos aqui. Inclusive, as pessoas podem assistir ao que está acontecendo nesse momento.

Portanto, na minha modesta opinião, repito: o que devemos tratar nesse momento, nesse instante, é a mudança da nossa cidade, porque isso interfere no modo como vamos viver, é o que determina o que vamos entregar às gerações futuras, é o que vamos entregar aos nossos quase 12 milhões de habitantes.

Vocês sabem que São Paulo é a locomotiva do Estado de São Paulo, e, por que não dizer, do Brasil. Quantos vêm a esta cidade para fazer compras? Vêm ao Brás, à região da 25 de Março, etc. E todos vocês sabem da produção desta Casa, o quanto os Vereadores produzem. Esta Câmara não é um ringue, esta Câmara não é um CDP – Centro de Detenção Provisória –, é um lugar onde tem 55 Vereadores responsáveis por cada um de vocês. É aqui que nós cuidamos de vidas, é aqui que nós cuidamos de cada casa – através de IPTU, através de zoneamento –, é nesta Casa que se discutem as políticas públicas da Cidade. Portanto, na minha opinião, o debate que devemos enfrentar é esse, e que deve estar no primeiro item da pauta desta Casa.

Muito obrigado mais uma vez, e que Deus abençoe vocês.

Eduardo Matarazzo Suplicy (PT) – Quero fazer o seguinte esclarecimento: o nobre Vereador Fernando Holiday disse que não é verdade o que lhe foi atribuído. Peço a gentileza para que S.Exa. preste atenção.

- Manifestação na galeria.

Nobre Vereador Fernando Holiday, peço a gentileza de prestar atenção no que vou dizer.

Eu conversei com o nobre Vereador Fernando Holiday, estive no seu gabinete, ouvi o quanto um servidor do seu gabinete e um companheiro dele, não do gabinete, mas companheiro de ação política, quando eles afirmaram que estiveram sim no auditório do subsolo nº 1, onde havia reunião em que a nobre Vereadora Juliana recebia o nobre Senador Lindberg Farias.

Os dois foram lá e começaram a filmar, da porta de vidro para cá, tiveram ações que aqueles que estavam na reunião acharam muito provocativas. Eles tentaram conversar de uma maneira a fazer perguntas que, segundo eles próprios, seriam possivelmente embaraçosas ao Senador Lindberg Farias, mas o pessoal resolveu protege-lo até que ele tomasse o elevador. Essa foi a primeira ação. Eles falaram isso perante a presença de S.Exa. mesmo.

Em seguida, os dois rapazes telefonaram para a Guarda Civil Metropolitana, conforme depoimento da própria GCM aqui, disseram que seria o caso de irem ao sexto andar, na sala da Liderança do Partido dos Trabalhadores, onde estavam os correligionários e servidores do gabinete da nobre Vereadora Juliana Cardoso.

Eles me disseram que fizeram isso, que foram na porta do gabinete da Liderança do PT, filmando, fizeram ali algo que foi considerado uma provocação.

Ora, esses dois atos que, segundo seus próprios companheiros, um servidor e o outro companheiro dele, existiram. Esses dois atos provocaram a indignação da nobre Vereadora Juliana Cardoso.

Posso assegurar-lhe que S.Exa. estava, claro, indignada, tentou aproximar-se, mas iria conversar de maneira mais assertiva possível com o nobre Vereador Fernando Holiday. A nobre Vereadora não iria agredi-lo fisicamente, de maneira alguma, e não aconteceu qualquer agressão. O que a nobre Vereadora quis, sim, foi transmitir a indignação com que S.Exa. ficou por ter havido essas ações que os seus companheiros de partido afirmaram que existiu. Não foi inverdade, não foi mentira aquilo que causou a indignação da nobre Juliana Cardoso.

Era esse o esclarecimento que avaliei ser importante dizer.

JULIANA CARDOSO (PT) – Obrigada nobre Vereador Eduardo Suplicy, por me apartear e pela cessão de alguns minutos do tempo de V.Exa.

Primeiro, quero dizer nobre Vereador Fernando Holiday: V.Exa. acredita, de verdade, que eu iria perder o meu mandato se eu tivesse dado um supetão na cara de V.Exa.?

Sei muito bem qual é o decoro da Casa, ao contrário de V.Exa. O problema é que V.Exa. quer colocar as mulheres como descontroladas no momento em que queremos dialogar e conversar. Se V.Exa. não me conhece, tenho um temperamento que não é forte ou descontrolado. É a forma que nós aqui conversamos, dialogamos e debatemos as ideias. Não é só com V.Exa. Eu tenho total respeito por todos os Srs. Vereadores dessa Casa e jamais, jamais, Vereador, tive algum tipo de embate pessoal com qualquer um dos Srs. Vereadores dessa Casa.

Sei muito bem qual o meu papel aqui na Câmara Municipal de São Paulo. Sei bem quais são os debates que vamos realizar, inclusive concordo com o nobre Vereador Souza Santos, estou com S.Exa. há dois mandatos, hoje é Corregedor, concordo plenamente que temos de fazer o debate da Cidade como temos feito. Ontem aconteceu uma demonstração a esse respeito, as Comissões estão funcionando para podermos fazer a discussão.

Mas, nobre Vereador, em nenhum momento podemos ter desrespeito para com o colega de trabalho. Em nenhum momento podemos aqui fazer cenas para depois colocar na internet para ficar notório, dizendo que enfrentou a Esquerda, que enfrentou PT, que enfrentou o PSOL, ou qualquer outro partido, porque aqui se entende ser uma Casa democrática, de direitos, de debates.

Quero aqui – por isso pedi parte do tempo do Vereador Eduardo Matarazzo Suplicy - de verdade agradecer, mais uma vez, porque ontem foi uma ação organizada junto com o mandato e com os movimentos, e hoje foi uma ação especifica dos movimentos das mulheres, do movimento de moradia, que vieram aqui com uma solidariedade de respeito ao mandato, mas principalmente à democracia e ao Partido dos Trabalhadores. E quem puxou foi a Marcha Mundial das Mulheres, que fizeram aqui a defesa no entendimento de que nós temos de ocupar esse espaço porque demoramos muito tempo para chegar aqui. E não é qualquer ação machista que vai tirar a gente de ter o direito do Parlamento, de dialogar e colocar nossas ideias, principalmente das mulheres.

Gostaria de agradecer a todas as ações e manifestação de solidariedade, respeito e carinho que venho recebendo dos movimentos sociais e populares, de Parlamentares, de companheiras e companheiros.

Foram inúmeros ataques à mim, ao mandato e principalmente, Srs. Vereadores – isso foi uma coisa que me deixou um pouco mais chocada - aos meus filhos. Dentro do próprio facebook os senhores peguem as fotos que tem eu com meus filhos e a forma com que esse MBL coloca e constrói o odio, incitando a violência ou difamando a mãe deles. Isso é muito ruim. A maioria, sabemos, são feitas por robôs e IPs falsos do MBL.

Mas a quantidade de apoio e solidariedade que recebi, e o apoio de gente de carne e osso, de coração pulsante, esses sim, me dão forças para seguir firme na luta. Luta essa, que nós mulheres travamos desde sempre. Ficamos fora do poder por mais de 20 séculos e até hoje enfrentamos vários obstáculos para participar ativamente do cotidiano e da vida política desse país.

A luta das mulheres sempre existiu, o feminismo sempre existiu porque ser mulher já é um ato de resistência.

Porque ser mulher é um ato de resistência. Não darei nenhum passo atrás, pois devo às minhas companheiras que morreram queimadas, acusadas de bruxaria, às companheiras que foram lutar pelas mulheres, e marcharam pelo direito ao voto, às mulheres indígenas, principalmente porque eu tenho uma descendência indígena, sou filha de índio Terena, às muitas mulheres que foram assassinadas por conta da violência contra a mulher e tiveram sua cultura apagada da história deste país, às mulheres negras que suportaram em seus ombros o peso da escravidão e hoje carregam o fardo igualmente pesado do racismo. Devo resistir por Claudia que foi arrastada por um carro de polícia e morta no Rio de Janeiro; devo resistir por Maria do Rosário que enfrenta Bolsonaro em Brasília e por Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita Presidenta da República.

Por isso, não pude conter a emoção quando abri pela manhã meu facebook e vi a imagem de memes dizendo: “Somos todas Juliana”, acompanhado de um manifesto de apoio e solidariedade com tantas entidades, militantes, pessoas queridas, gente de todo o Brasil, e tantos outros manifestos e mensagens que chegam o tempo todo. Tudo isso só me faz perceber que este é o caminho certo. Nós, aqui, do Partido dos Trabalhadores, estamos no caminho certo também.

Sabemos do esforço de desqualificar as mulheres como descontroladas e histéricas, mas no fundo eles não aceitam a nossa firmeza, força e resistência. Sim, falo firme, olho no olho, de igual para igual, sem medo, porque não sou vítima da minha ação.

Sigo defendendo e atuando em defesa das pautas de esquerda, junto com os movimentos populares, que aqui nessa galeria hoje ocuparam quase todos os lugares, movimentos sociais, populares e sindicais que também estão aqui presentes.

Por fim, nobres Vereadores e Vereadoras, tenham em mim uma parceira nas atividades que V.Exas. vão colocar aqui como ações da Casa, discussão não só da Casa, mas da cidade de São Paulo. Não vou temer esse ódio, esse machismo que estão querendo construir aqui na Câmara Municipal de São Paulo.

Muito obrigada a todos e ao nobre Vereador Eduardo Suplicy pelo aparte.

EDUARDO MATARAZZO SUPLICY (PT) – Achei muito importante que a Vereadora Juliana Cardoso pudesse ter o tempo necessário e que, inclusive, eu pudesse esclarecer ao Vereador Fernando Holiday aquilo que efetivamente aconteceu, segundo testemunhas, seus próprios servidores e correligionários. S.Exa. aqui atacou de uma maneira que considero inteiramente inadequada ao Presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores. S.Exa. afirmou que quer nos extinguir. Então, quero lhe dizer que, primeiro, é importante que possa respeitar a Justiça. Até agora não houve qualquer condenação ao Presidente Lula. Há poucos dias o Presidente Fernando Henrique Cardoso prestou depoimento ao juiz Aldo Moro inocentando o Presidente Lula de diversos aspectos em que queriam indiciá-lo.

O Presidente Lula tem hoje o respeito de tantas pessoas, inclusive de seus adversários. A exemplo do que ocorreu no velório da Sra. Marisa Letícia, que teve a presença de pessoas como Michel Temer, José Sarney, pessoas de seu Partido, senadores colegas meus, foram inúmeros; inclusive o próprio Governador Geraldo Alckmin fez questão de telefonar, em sinal de respeito.

E o Presidente Lula tem dito que tem a convicção de que comprovará, perante a Justiça, que não teve qualquer ação que pudesse significar delito ou contravenção à lei e, muito menos, de enriquecimento ilícito.

Recomendo que V.Exa. aguarde a decisão da Justiça e que, além disso, examine estudos, como o da Fundação Getúlio Vargas, que conclui que de 2003 a 2008 se registraram os cinco melhores anos da história da economia brasileira dos últimos 30 anos.

- Manifestações na galeria.

Ou seja, o Presidente Lula pode ter tido erros; podem algumas pessoas de sua administração, ou da Presidente Dilma, terem cometido erros. Quando alguém me fala: “Ah, mas você está no PT, em que pesem todas essas ações?”, eu sempre digo: “Olhe, quando se está em uma grande organização, mais de 1,6 milhão de filiados, e algumas pessoas cometem erros, constitui meu dever, como de meus companheiros, procurar tomar medidas para prevenir e corrigir os erros, e ali, onde estivermos, agir com a maior correção”.

V.Exa. tem aqui a possibilidade de examinar o comportamento de nove Vereadores do PT, com os quais convive diariamente, desde 1º de janeiro. Pois bem, como irá dizer que esses nove Vereadores, que convivem com V.Exa. durante esses dias, estariam agindo incorretamente? Deveriam eles ser exemplo do porquê o Partido dos Trabalhadores – em sua opinião dita agora há pouco – deveria ser extinto e que é o seu objetivo?

Ora, meu caro, é necessário que procure agir de forma a respeitar, sobretudo, as pessoas, as organizações e todos os partidos. No partido de V.Exa. há pessoas que cometeram erros e eu não estou aqui os condenando ou condenando a sua pessoa porque no DEM, partido pelo qual V.Exa. foi eleito, houve também pessoas que cometeram erros graves.

Então falo isso para que V.Exa. reflita e para o seu bem e para o bem de todos nós que queremos ter uma convivência respeitosa e democrática entre os 55 Vereadores e Vereadoras, e também com o povo de São Paulo, tais como aqueles que hoje nos visitam e lotam a galeria. Sobretudo, essas pessoas estão aqui para se solidarizar com a Vereadora Juliana Cardoso, porque acreditam que ela é uma pessoa extremamente séria, que defende as causas dos movimentos sociais, das mulheres, das indígenas e também defende os homens.

Obrigado, Vereadora Juliana.